fevereiro 27, 2010

Ciranda



Já postei a letra dessa música aqui no blog... Agora dá pra ouvir!!!

Marcio Faraco e Chico Buarque cantando os ciclos da vida...

fevereiro 22, 2010

Vô João e Vó Joana

Fotografia de: Cristiano Mascaro

A foto que ilustra esse post me fez lembrar demais a casa dos meus avós paternos; o nome da cidade? Echaporã... Um lugarsinho bem pequeno e muito pouco conhecido perto de Assis e Marília aqui no estado de São Paulo.

Eu me lembro das férias em que íamos todos visitar o vô João e a vó Joana!
Éh bem simples assim; "João e Joana" sempre achei tão bonito isso... o João encontrou a Joana , tiveram filhos cuidaram de um pedaço de chão, plantaram, colheram, fizeram todo o possível para encaminhar os filhos na vida.

A vó Joana era uma senhora bem morena baixinha e magrinha, mas só de olhar pra ela a gente podia perceber que não se tratava de uma mulher frágil, muito pelo contrário, tinha um olhar forte, os movimentos firmes, uma voz bem posta que se podia ouvir através dos comodos todos da casa, ela fazia umas das comidas mais cheirosas e saborosas que já provei...

O vô João um senhor branco, alto com os cabelos bem branquinhos, uma voz mansa, um sorriso fácil nos lábios e que gostava de se sentar na varanda e contar histórias de toda a vida e eu adorava ouvir, quando a gente chegava ele corria no açougue pra garantir a carne mais fresquinha, a linguiça de porco feita a poucas horas para a vó Joana preparar no fogão à lenha a comida de que já falei!

A janela de um dos quartos onde a gente ficava dava para uma horta, que eu me lembro bem tinha pés de tomates carregados, couve, alface lisa, alface crespa, cenoura, beterraba, e mais algumas coisas de que agora não me recordo... Cebolinha, salsinha, coentro, manjericão; aliás foi ali que eu tomei gosto pelos cheiros dos temperos na cozinha... Era uma alegria ir pra horta com o vô e meu pai, aliás íamos os três eu e meus dois irmãos, ficávamos entre os canteiros ouvindo o vô João contando as ultimas noticias da família enquanto apanhava o que comer logo mais!

A casa do meu avô ficava num terreno bem grande numa esquina e ele sentia muito orgulho daquele pedaço de chão, era tudo bem simples, bem humilde, a casa era baixa, de madeira eu me lembro dos móveis... um sofá amarelo, uma mesinha de madeira pequena num cantinho com um vasinho de flor, num cantinho da sala entre os vãos da parede de madeira um calendério com um politico da cidade... na cozinha as panelas ficavam penduradas em cima do fogão de lenha, bem no centro da cozinha encostado na parede uma mesa que geralmente tinha apenas duas cadeiras, mas que quando chegava visitas apareciam cadeiras que vinham dos quartos e do quintal...
Os quartos tinham armários e cama de casal.

Os dias em Echaporã eram de uma claridade incrível, eu não me lembro de nenhum dia nublado naquele lugar, sempre tinha um céu azul e um sol brilhando até o fim da tarde... que aliás era um espetáculo a parte, tínhamos uma das vistas mais privilegiadas a casa do vô João ficava próximo a rodovia então víamos a estrada e no horizonte o pôr do sol. Echaporã na lingua tupi-guarani quer dizer: Bela Vista.
Nossos dias eram andar de bicicleta pela cidade, tomar sorvete numa sorveteria de frente pra praça... andávamos praticamente toda a cidade de bicicleta, não que fosse uma tarefa difícil, considerando o tamanho da cidade... mas pra nossa idade era uma aventura e tanto...

Adoro galinha ciscando um gramado e esse meu gosto vem de lá... no quintal tinha um espaço onde a vó Joana criava galinhas... era a maior diversão pegar os ovos das galinhas e ouvir as explicações dela sobre ovo choco e ovo bom pra levar pra casa... a minha pergunta era; como ela sabe em qual não tem pintinho?? rsrsrs

Falei que o vô João gostava de contar história, e eu adorava ouvir as histórias dele... o meu pai é o filho caçula e ele tinha um carinho todo especial por ele, contava das artes, de como era protegido com relação aos irmãos mais velhos, ele também gostava de contar como foi a vida desde de que tinha chegado naquela cidade, quando ainda era um povoado, eu era bem pequena mas de alguma maneira eu sabia que era importante ouvir tudo aquilo. Ouvi e guardei num lugar na minha alma de um jeito que toda a lembrança que eu trago comigo contribui para quem eu sou hoje.

Lembrar das manhãs ensolaradas, das tarde quentes e das noites com o céu cheio de estrelas e um vento que bagunçava todo o meu cabelo... Lembrar dos primos que emprestavam as bicicletas que eu e meus irmãos passávamos o dia pedalando pela cidade, o cheiro da comida da minha avó, da recepção calorosa...

Contando essa história imagino que quem a leia pense que isso já tenha sido há muito tempo atraz... tudo tão precário, uma vida que quase não se vive hoje, mas não, não faz tanto tempo assim, o vô João e a vó Joana já são falecidos, e já tem um tempo que não visito Echaporã, mas é bem provável que se eu fosse pra lá amanhã eu encontraria pouca mudança nessa história toda que acabei de contar, não duvido que tenha mudado em alguns aspectos.
Mas o fato é que Echaporã ainda é uma cidadezinha pequena com pessoas humildes e simples que ainda cultiva o hábito de ter uma horta no quintal e cria galinhas para o prório consumo... Lá não tem hipermercados, nem redes de fast food...

Tem uma música do Chico e do Vinicius que me lembra muito Echaporã;

Gente Humilde

Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece
De repente
Como um desejo de eu viver sem me notar
Igual a tudo, quando eu passo
Num subúrbio
Eu muito bem, vindo de trem
De algum lugar
Aí me dá uma inveja
Dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar

São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada, escrito em cima
Que é um lar
Pela varanda, flores tristes
E baldias
Como a alegria que não tem
Onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito de eu não ter
Como lutar
E eu que creio*
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar

* Bom usei a música mas tomei a liberdade de alterar a letra porque eu creio!!

Falai de Deus


Falai de Deus com a clareza
Da verdade e da certeza
Com um poder

De corpo e alma que não possa
Ninguém, à passagem vossa,
Não o entender.

Falai de Deus brandamente,
Que o mundo se pôs dolente,
Tão sem leis.

Falai de Deus com doçura,
Que é difícil ser criatura:
Bem o sabeis.

Falai de Deus de tal modo
Que por ele o mundo todo
Tenha amor.

À vida é à morte, e, de vê-lo,
O escolha como modelo
Superior.

Com voz, pensamentos e atos
Representai tão exatos
Os reinos seus

Que todos vão livremente
Para esse encontro excelente.
Falai de Deus.

Cecília Meireles

fevereiro 19, 2010

Sleeping Beauties




Irmãs Americanas conseguem captar momentos inusitados de bebês com até dez dias de vida em ensaio fotografico... outras fofuras aqui

fevereiro 17, 2010

Garance Doré

Blog altamente elegante... Garence Doré

Valsinha


Chico Buarque / Vinícius de Morais

Um dia, ele chegou tão diferente
do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente
do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto
era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto,
pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como
há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando
a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como
há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça,
foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança
que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos,
tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

fevereiro 16, 2010

Gran Torino


Ainda não conhecia os filmes do Clint Eastwood. Já vi alguns em que ele atuou, mas filmes em que ele atuou e dirigiu ainda não tinha tido o prazer e digo: vale a pena.

No caso de Gran Torino vemos um filme cheio de humanidade, fragilidade e pecado no contexto.

Ouvi em algum lugar que a história dele é dessas "seca, que desce rasgando na garganta." e é!

É um filme que não está no lugar comum não tem clichês dos filmes americanos em que tudo é resolvido com um passe de magica é um filme surpreendente que percorre todos os caminhos necessários para a transformação de um ser humano cheio de falhas e atitudes equivocadas.
É um filme que vai ficando tocante, amoroso, singelo mesmo se tratando da figura séria e sisuda do ator...

Clint interpreta um velho rabugento racista que perde a esposa, e de uma maneira muito sutil resolve atender os últimos pedidos de sua esposa, e isto dá pra perceber nas ótimas expressões do ator, e fica bem nítido em como é difícil para esse personagem mudar, tanto que em alguns momentos em que é contrariado ele chega a "rosnar" feito um cão bravo, coisa que sua doce cadela não faz... rsrsrs

Depois de algum tempo após o falecimento de sua esposa ele se sentindo sozinho começa a prestar atenção à sua odiada vizinhança de imigrantes.
O caráter de ex-soldado americano patriota vai se transformando quando ele começa a prestar a atenção e ver que seus vizinhos precisam de ajuda e ele comovido mas ainda contrariado passa a ajudar essas pessoas.

Como já disse de modo sutil o velho rabugento vai se transformando em um senhor amoroso e atencioso com as necessidades dos outros.

Superando seus pré-conceitos e doando-se completamente ao outro. Ele que traz consigo marcas de um passado na guerra do qual não se orgulha, começa a perceber que pode de alguma maneira ser perdoado... Em uma das cenas ele observa que tem mais a ver com os vizinhos imigrantes do que com sua própria família com quem não se entende.

É uma reflexão de como podemos ser ajudados quando damos a oportunidade de pessoas de quem não esperamos nada e que podem nos ajudar de maneira surpreendente, e mesmo que a principio tenhamos a impressão de que o velho rabugento é o super herói da historia ao desenrolar da história concluímos que o que acontece é o inverso...

Um filme necessário para quem ama as relações humanas, um filme que diz mais uma vez que somos todos irmãos independente de nossa cor, raça, ou religião...

Eu recomendo muito!!!

Vanessa Padilha

fevereiro 10, 2010

30 dicas do que fazer em São Paulo

É eu amo São Paulo... encontrei essa listinha bacana aqui, com coisas ótimas pra se fazer por lá, algumas das dicas eu já fiz... E vocês tem alguma outra dica para acrescentar a lista??

1. Comer sanduíche de mortadela e pastel de bacalhau no Mercado Municipal;
2. Conferir os Cantos Gregorianos do Mosteiro de São Bento;
3. Assistir a um concerto na Sala São Paulo ou no Teatro Municipal
4. Apreciar a vista da Torre do Banespa;
5. Assistir à montagem de um musical da Broadway numa das casas de espetáculos;
6. Fazer um roteiro de compras entre a Rua 25 de Março, os bairros do Brás e do Bom Retiro;
7. Jantar no Terraço Itália apreciando a vista em 360º de São Paulo;
8. Visitar um dos grandes museus da cidade, como Masp e Museu do Ipiranga;
9. Curtir a rua augusta;
10. Visitar o Parque do Ibirapuera e suas atrações;
11. Fechar a noite numa das inúmeras padarias 24 horas da cidade;
12. Caminhar à noite pela Avenida Paulista;
13. Visitar o diferente Museu da Língua Portuguesa e a incrível Pinacoteca, ambos na Luz;
14. Conhecer centenas de espécies de animais no Zoológico e dar uma esticada até o Jardim Botânico;
15. Conferir o cardápio de uma das cantinas do Bixiga;
16. Visitar a rota das grandes grifes internacionais na rua Oscar Freire e no Shopping Iguatemi;
17. Tomar um chá no restaurante Skye, do Hotel Unique;
18. Assistir a um páreo no Jockey Club;
19. Subir no Pico do Jaraguá;
20. Passar um dia relaxando em um dos vários spas, com direito a banho de ofurô e massagem relaxante;
21. Visitar as feiras da Liberdade e da Praça Benedito Calixto;
22. Ir a uma das 1500 pizzarias da cidade;
23. Conferir uma corrida no Autódromo de Interlagos;
24. Assistir a um jogo no Estádio do Morumbi

25. Passear em umas das mega livrarias de São Paulo;
26. Visitar uma das centenas de exposições da cidade;
27. Tomar um café em uma das cafeterias internacionais, como Havana e Starbucks;
28. Passear pelo Centro Histórico;
29. Visitar uma grande feira em um dos centro de convenções paulistanos, como o Parque Anhembi;
30.Participar de um ensaio em uma quadra de escola de samba.

fevereiro 05, 2010

Grande sertão: Veredas

Hoje pela manhã no Repórter ECO da TV Cultura a apresentadora citou o comecinho desse texto de Guimarães Rosa... Já tinha lido antes, mas como sempre acontece comigo, algumas coisas que eu já li, passam a ter um novo significado, quando depois de um tempo, leio de novo...


"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.
O que Deus quer é ver a gente
aprendendo a ser capaz
de ficar alegre a mais,
no meio da alegria,
e inda mais alegre
ainda no meio da tristeza!
A vida inventa!
A gente principia as coisas,
no não saber por que,
e desde aí perde o poder de continuação
porque a vida é mutirão de todos,
por todos remexida e temperada.
O mais importante e bonito, do mundo, é isto:
que as pessoas não estão sempre iguais,
ainda não foram terminadas,
mas que elas vão sempre mudando.
Afinam ou desafinam. Verdade maior.
Viver é muito perigoso; e não é não.
Nem sei explicar estas coisas.
Um sentir é o do sentente, mas outro é do sentidor."

A gente quer passar um rio a nado, e passa:
mas vai dar na outra banda é um ponto muito mais em baixo,
bem diverso do em que primeiro se pensou.
Viver nem não é muito perigoso?
Dói sempre na gente, alguma vez,
todo amor achável,
que algum dia se desprezou...
Qualquer amor já é um pouquinho de saúde,
um descanso na loucura."

Guimarães Rosa em "Grande sertão Veredas"

fevereiro 03, 2010

Tempo de música...



Video fofo, música do bem!!!
Ai que vontade arrumar uma casa no meio de um lago e fazer uma festa pra todos que eu quero bem... Se bem que tô aqui pensando, não precisa ser no meio do lago...
Bora?? É só chegar!!! rsrsrs

fevereiro 01, 2010

O Único Caminho


Eu sou o caminho a verdade, e a vida.
Ninguém vem ao Pai se não for por mim.

João 14.6

Tolerância. Uma virtude apreciada em nossos dias. A habilidade de compreender aqueles de quem você difere é um sinal de sofisticação. Jesus também era um campeão de tolerância:

Tolerante com os discípulos quando duvidavam.
Tolerante com as multidões, quando o compreendiam mal
Tolerante conosco, quando falhamos.

Contudo, existe uma área onde Jesus era intolerante. Uma área onde ele era incomplacente e dogmático.
No que lhe dizia respeito, quando se tratava de salvação, não havia muitos caminhos - havia apenas um. E o caminho é o próprio Jesus.
E por isso que é tão difícil para as pessoas acreditar em Jesus. É bem mais fácil, considera-lo uma dentre muitas opções, que considera-lo a opção. Tal filosofia, porém, não é opção.

Do livro: Graça para o Momento (Max Lucado)